Ciclo de Silêncio
Também conhecido como: Pinakarri
Contexto
Pode ser em uma reunião em qualquer uma das [Interações][interacoes], em contexto de planejamento estratégico ou qualquer momento que a dinâmica do grupo pedir um breve momento de silêncio.
Problema
Com o fluxo de informação do dia a dia e o turbilhão de coisas que passam pelas nossas mentes, fica difícil manter o foco ou a qualidade da nossa presença durante as reuniões. Às vezes também nos exaltamos por não ter as nossas preferências atendidas, por não ter controle da situação ou simplesmente por não ter descansado bem na noite passada. Em outros momentos, deixamos de dar valor a pequenos momentos de colaboração e precisamos de rituais para agregar significado aos processos. São muitas as situações em que um ciclo de silêncio pode ser utilizado. Seguem aqui alguns exemplos: Pessoas falam simultaneamente. A qualidade de interação do grupo baixa e precisa de uma breve pausa para recomeçar. Vamos entrar em outra interação de reunião ou terminar a reunião e precisamos de uma forma simbólica para encerrar o processo. Queremos sentir a sabedoria que emerge do campo evolutivo e alinhar o nosso Propósito. Estamos desenhando estratégias que possuem demasiada teoria e a participação não está equilibrada.
Forças
Um check-in tradicional pode não ser suficiente para criar um ambiente que favoreça a presença ou que ofereça uma quebra em um dia difícil ou confuso.
Solução
Os ciclos de silêncio são muito úteis para nos conectar com o Propósito dos nossos Papéis e Círculos. Ao iniciar qualquer interação da reunião, a pessoa Facilitadora pode usar um sino ou algum som que foi previamente consentido pelo grupo para iniciar e terminar ciclos de silêncio. Isto vai criar uma atmosfera serena e propícia para a cooperação. Durante o ciclo de silêncio, os participantes são convidados a sentir o peso do corpo, respirar profundamente e posicionar a língua no palato para reduzir os diálogos internos. Embora semelhante, o ciclo de silêncio não é um processo de meditação profunda e é recomendado não durar mais que 1 minuto. É um ritual cíclico que pode ajudar os membros de uma organização a se conectarem com o Propósito do seu processo evolutivo enquanto seres humanos, comunidade e planeta. Dicas para boas práticas:
Utilizar um sino ou algo que faça um som sutil para ativar os ciclos de silêncio.
Não confundir o ciclo de silêncio com um pedido de silêncio.
Deixar o padrão como algo que pode ser invocado a qualquer momento pelo grupo.
Contexto resultante
Com uma utilização constante dos ciclos de silêncio, os participantes conseguem se manter focados, bem dispostos e serenos.
Fundamentação
Este padrão foi inspirado no Dragon Dreaming, uma metodologia de design colaborativo de projetos. A questão da língua no palato é fundamentada através da pesquisa de Steven Pinker que, em seu livro Instinto da Linguagem, levanta a hipótese de que a nossa língua se mexe enquanto estamos pensando. Este é um fenômeno conhecido como subvocalização. Manter a língua no palato ajuda a parar a subvocalização (pensamentos internos) porque a língua e pregas vocais se movimentam independentemente de falarmos nossas ideias em voz alta. Se a língua não mexe, o fluxo de pensamento interno fica um pouco mais suave. Naturalmente, não é algo que vai silenciar completamente os pensamentos. O ciclo de silêncio pode ajudar a propiciar uma comunicação generativa, diálogo aberto e clareza nas interações da reunião.
Usos conhecidos
Já foi usado em pelo menos 10 mil projetos ao redor do mundo em todos os tipos de organizações e comunidades. É uma conhecida técnica de facilitação e já foi adaptada em métodos diferentes como Art of Hosting, Wisdom Council, Work That Reconnects e outros.
Padrões relacionados
Outras práticas do Dragon Dreaming. Autor: Ravi Resck
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